Chore, luar.A chuva começou a meia noite,
grave esse número, dama.
Mesmo assim, era uma bela-noite,
a lua brilhava mesmo com as gotas na janela
As flores nos campos secavam,
a vida na terra estava manchada
Apenas o brilho da luz e de seus olhos me salvavam,
mas me salvavam de me não se rastejar aos anjos
Quem me dera, os anjos ao meu lado. Sou mais um verme,
um verme sem a direção do mundo.
Como Alice antes de entrar em sua toca.
Já ouvi uma reza falar de um anjo:
“ O anjo da morte o espera quando a noite estiver chuvosa...
… mas também quando estiver bonita”
Será esse meu fim ?
Se é, ou não, não me importa.
Se me amada estiver lá, eu vou.
Se não estiver, não irei!
Não persista, senhor anjo.
Eu olho em meu relógio, é incrível dama:
já são meia noite e o anjo não veio.
Deve ter errado o caminho,
que por lá fique e não volte mais.
Até que minha idade avançada chegue.
Mas então, minha dama de olhos cinzas
Por que você veio aqui ?
E então, com um sorriso no rosto:
“ Eu vim te levar, para a segunda vida, eu sou o anjo da morte”
Me calei, aquela era a voz da minha amada.
Autor: Rafael Lage
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