Cap. 1
No dia seguinte, enquanto esfregavas seus olhos ao ver novamente a luz do dia, saltou de um susto, chegou a bater a cabeça nas pedras que formavam a parede que o escondera no dia anterior, mas isso foi só um detalhe. O que ele viu foi fogo, era uma simples fogueira, e atrás dela um jovem branco, sorridente.
- Yo. – Disse ele.
- Yo? – Questionou Johan.
- É, Yo.
- De que planeta você é?
- Deste.
- Sério?
- Sim. Tome, beba isso – Disse o indivíduo, estendendo a mão em direção a Johan. Ele segurava uma espécie de pote em que despejara um líquido estranho.
- O que é isso?
- Estranho.
- Estranho o que?
- Achei que você fosse perguntar quem sou eu antes.
- Eu também, mas enfim, quem é você?
- Sou Joel, Totten Joel.
- Esse é seu nome, eu perguntei quem é você.
- Eu sou o filho do governador.
- Eu perguntei quem é você, não de quem você é filho.
- Então eu não sei a resposta.
- É por isso que eu não queria perguntar. O que é isso?
- Pensando bem, eu não sei. Só, tome.
- Aonde você conseguiu?
- Eu sou um boticário, alguns me chamam de “o” boticário, esse chá eu consegui com uma das árvores lá do reino mesmo. - Johan tomou-a, e pelo que eu entendi, ele gostou.
- Outra coisa, por que está aqui?
- Você quer saber por que eu vim aqui ou por que eu existo, algo do gênero filosófico?
- Por que você está aqui?
- Bom...Eu veio até aqui diariamente, amo as árvores daqui, pena que o tiroteio quebrou alguns bons galhos. Como sendo um boticário, tinha de vir até
aqui, você parecia cansado.
Johan então se levantou, sem mais nem menos. Pôs a mão esquerda sobre a banha e começou a andar, então, virou-se, sorrindo.
- Joel, quem é o mais forte espadachim do seu reino?
- Não é você.
- Não ainda.
- É o meu pai.
- Tem problema se eu mata-lo e de repente, alguma de suas árvores?
- Não, boa sorte, afinal, também não tem problemas se algum deles te matar. – Joel então sorriu de forma estranha, fechando quase por completo seus olhos. Joel então caiu a ficha, que estúpido.
Johan avançou em direção a Joel, pondo a parte de trás de sua espada contra o pescoço dele. Joel não era um lutador, nem perto disso, mas não era burro a ponto de morrer por isso.
- A bebida não irá lhe matar, ou eu espero que não, se você recuar a espada eu posso explicar. – Disse Joel, não excitando, ele recuou-a, pondo a espada de volta na lâmina.
- Comece a falar, sendo assim.
- Não foi árvore do reino coisa nenhuma, é de uma árvore rara. Eu estou mais para um cientista do que para um boticário. Eu e alguns cientistas do reino introduzimos organelas de células animal em vacúolos da célula vegetal, por causa disso, a água que a raiz sugava transbordava levando algumas dessas organelas, é o que há em sua bebida.
- Isso vai me matar?
- Talvez.
- Me dê um motivo para que eu não te mate.
- Se isso não te matar, você precisará de tratamento, mas se ela realmente não te matar, você será quase invencível.
- Bom motivo, então, vamos.
- Aonde? – Questionou Joel.
- Como assim onde? Se eu vou ser quase invencível, eu tenho que ser o único a ser quase invencível, então irei destruir essas árvores, e depois irei desafiar seu pai.
- E por que eu tenho que ir?
- Por que eu não sei onde elas estão, e por que se você não for, eu te mato.
- Se você me matar, certamente morrerá de qualquer modo.
- Você vem ou não?
Joel então o acompanhou, diante do solo de areia e um sol escaldante.