Molecada, eu acho que hoje foi o dia mais feliz da minha vida, digo isso sem brincadeira. Para quem não sabe, eu estudo e faço a maioria das coisas em Araruama, uma cidade do interior do Rio próxima à minha cidade. Tempos atrás eu postei um link com uma manchete mostrando um assalto a Caixa Econômica que ocorreu por aqui. Bem, naquele tópico, eu disse que quando a greve dos PMs chegasse aqui as coisas seriam realmente piores. Bem, eu estava certo. Na tarde de hoje, a polícia militar e o corpo de bombeiros declarou que estavam desativando suas atividades em busca de melhores condições de trabalho. É aí que a maior aventura da minha vida começou.
Eu durante toda a manhã, e três vezes por semana durante toda a tarde, por isso não soube dessas notícias. Enquanto eu estudava, aconteceram várias revoltas populares e arrastões por toda a Região dos Lagos. Na minha cidade um funcionário da prefeitura foi morto, não se sabe o motivo, em São Pedro da Aldeia um arrastão assaltou três lojas seguidas. Minha aventura ocorreu em Araruama, como citei no começo.
Eu estava no fim de minha aula de química três, quando recebi uma mensagem e uma ligação da minha mãe informando o ocorrido, e também me alertando de que um rumor estava sendo espalhado. Ela dizia que um arrastão havia passado pela rua do banco Itau e estava se dirigindo na direção da minha escola, que fica no centro urbano da cidade. Eu pensei que fosse só uma brincadeira, mas me senti obrigado a alertar meus amigos. Quando todos haviam ido embora, eu fiquei na escola com duas amigas de infância, porque a mãe de uma delas ia nos pegar por segurança. Enquanto esperávamos, as lojas estavam fechando as portas e passando correntes antes do horário, mas eu fui muito inocente pra perceber. Do nada pessoas correndo que nem malucas vieram descendo a rua, passando direto pela minha escola, e quando isso aconteceu as garotas estavam escondidas, dentro da escola, que havia trancado os portões comigo do lado de fora. Eu sinceramente, pensei que fosse morrer.
Um grupo de cinco pessoas parou enquanto as outras tentavam arrombar as portas do mercado, e me viram. Branco que nem uma vela, sozinho, de mochila nas costas e com uniforme da escola mais cara da região. Eles vieram correndo pra cima de mim, pequenos e ágeis, enquanto eu sou grande e lento. Na adrenalina, consegui chegar à construção da agência de correio do outro lado da rua, o que me permitiu pegar um cabo de ferro encostado na parede.
Um dos garotos, que provavelmente eram mais velhos do que eu, mas com uns vinte centímetros a menos, mandou eu soltar a mochila. Eu soltei no chão, a um passo de distância, e foi aí que criei coragem. O cabo de ferro devia ter por volta de um metro e meio, então quando o garoto do meio se aproximou para pegar a mochila eu consegui aplicar o golpe. Dei uma porrada com o cabo de ferro no pescoço do rapaz, mesmo mirando na cabeça. Não deu outra, ele caiu com tudo no chão, eu nem pensei em mais nada, desci o ferro em cheio na cabeça do homem da direita, com toda minha força. Levei um soco na cara, quando não estava olhando, mas acho que já disse aqui que eu praticava boxe até ano passado, então não me abalei muito porque já tenho prática com isso. Quando o do soco tentou um chute frontal, agarrei a perna dele com o braço esquerdo e apliquei um golpe vertical com a barra de ferro. Atingi certinho o meio da cabeça dele, e dessa vez eu tirei sangue.
Quem já brigou sabe que nessas horas você não consegue pensar em nada, eu nem tinha percebido o que estava acontecendo ao meu redor. Se você leu com atenção, você percebeu que cinco vieram atrás de mim, mas eu só consegui dar conta de três. Os outros dois bandidinhos estavam ocupados demais pra se preocupar comigo. Meu professor Alexandre, de química, e meu professor Flávio, de geografia, estavam ambos entrelaçados entre socos e chutes com os caras, e o porteiro do prédio da escola estava batendo em um terceiro. Foi aí que a ficha caiu, e eu pensei em tudo que eu tinha feito com os três caras (que já tinham engatinhado de volta pra multidão na porta do mercado), pode parecer mentira, mas eu levantei o pedaço de ferro e gritei "Winterfell!". Corri até meu professor de geografia e já cheguei de voadora no cara que brigava com ele. Levantei mais rápido que o cara e enchi o corpo dele de paulada, então nós corremos pra dentro do prédio e o porteiro trancou as grades e desceu a porta de ferro, e nós ficamos lá até a multidão ir embora.
No fim eu acabei ficando com o rosto meio inchado, mas muito pouco. O porteiro, Erivelton, perdeu uma camisa do uniforme, porque enquanto ele brigava os botões se rasgaram. Meu professor de química é garotão e malha faz tempo, então ele só estava com aqueles machucados que você fica não mão por um soco mal aplicado. Quem faz alguma luta conhece. Meu professor de geografia levou a pior, ficou com uma mancha pouco esverdeada no rosto e quebrou uma lasca do dente, mas fora isso eu acho que ficou tudo bem.
O que eu ganhei com isso tudo? As garotas já espalharam a notícia, e já recebi umas trinta mensagens das garotas da minha turma me elogiando e elogiando minha bravura. Meu professor de química, enquanto esperávamos o pessoal acabar o assalto, me tratou como um velho amigo de infância, e me chamou pra jogar bola com os professores, além de ficar falando sobre as alunas que ele já pegou na escola. O professor de geografia ficou na dele o tempo todo, no telefone tentando falar com as autoridades e com a família. Erivelton, o porteiro, vai ganhar um uniforme novo. (: Ah, e vale acrescentar, usei o grito de guerra dos Stark na situação mais próxima de uma guerra em que já estive, então realizei um sonho. Por isso eu digo, acho que eu nunca mais irei ter um dia tão incrível.
Eu durante toda a manhã, e três vezes por semana durante toda a tarde, por isso não soube dessas notícias. Enquanto eu estudava, aconteceram várias revoltas populares e arrastões por toda a Região dos Lagos. Na minha cidade um funcionário da prefeitura foi morto, não se sabe o motivo, em São Pedro da Aldeia um arrastão assaltou três lojas seguidas. Minha aventura ocorreu em Araruama, como citei no começo.
Eu estava no fim de minha aula de química três, quando recebi uma mensagem e uma ligação da minha mãe informando o ocorrido, e também me alertando de que um rumor estava sendo espalhado. Ela dizia que um arrastão havia passado pela rua do banco Itau e estava se dirigindo na direção da minha escola, que fica no centro urbano da cidade. Eu pensei que fosse só uma brincadeira, mas me senti obrigado a alertar meus amigos. Quando todos haviam ido embora, eu fiquei na escola com duas amigas de infância, porque a mãe de uma delas ia nos pegar por segurança. Enquanto esperávamos, as lojas estavam fechando as portas e passando correntes antes do horário, mas eu fui muito inocente pra perceber. Do nada pessoas correndo que nem malucas vieram descendo a rua, passando direto pela minha escola, e quando isso aconteceu as garotas estavam escondidas, dentro da escola, que havia trancado os portões comigo do lado de fora. Eu sinceramente, pensei que fosse morrer.
Um grupo de cinco pessoas parou enquanto as outras tentavam arrombar as portas do mercado, e me viram. Branco que nem uma vela, sozinho, de mochila nas costas e com uniforme da escola mais cara da região. Eles vieram correndo pra cima de mim, pequenos e ágeis, enquanto eu sou grande e lento. Na adrenalina, consegui chegar à construção da agência de correio do outro lado da rua, o que me permitiu pegar um cabo de ferro encostado na parede.
Um dos garotos, que provavelmente eram mais velhos do que eu, mas com uns vinte centímetros a menos, mandou eu soltar a mochila. Eu soltei no chão, a um passo de distância, e foi aí que criei coragem. O cabo de ferro devia ter por volta de um metro e meio, então quando o garoto do meio se aproximou para pegar a mochila eu consegui aplicar o golpe. Dei uma porrada com o cabo de ferro no pescoço do rapaz, mesmo mirando na cabeça. Não deu outra, ele caiu com tudo no chão, eu nem pensei em mais nada, desci o ferro em cheio na cabeça do homem da direita, com toda minha força. Levei um soco na cara, quando não estava olhando, mas acho que já disse aqui que eu praticava boxe até ano passado, então não me abalei muito porque já tenho prática com isso. Quando o do soco tentou um chute frontal, agarrei a perna dele com o braço esquerdo e apliquei um golpe vertical com a barra de ferro. Atingi certinho o meio da cabeça dele, e dessa vez eu tirei sangue.
Quem já brigou sabe que nessas horas você não consegue pensar em nada, eu nem tinha percebido o que estava acontecendo ao meu redor. Se você leu com atenção, você percebeu que cinco vieram atrás de mim, mas eu só consegui dar conta de três. Os outros dois bandidinhos estavam ocupados demais pra se preocupar comigo. Meu professor Alexandre, de química, e meu professor Flávio, de geografia, estavam ambos entrelaçados entre socos e chutes com os caras, e o porteiro do prédio da escola estava batendo em um terceiro. Foi aí que a ficha caiu, e eu pensei em tudo que eu tinha feito com os três caras (que já tinham engatinhado de volta pra multidão na porta do mercado), pode parecer mentira, mas eu levantei o pedaço de ferro e gritei "Winterfell!". Corri até meu professor de geografia e já cheguei de voadora no cara que brigava com ele. Levantei mais rápido que o cara e enchi o corpo dele de paulada, então nós corremos pra dentro do prédio e o porteiro trancou as grades e desceu a porta de ferro, e nós ficamos lá até a multidão ir embora.
No fim eu acabei ficando com o rosto meio inchado, mas muito pouco. O porteiro, Erivelton, perdeu uma camisa do uniforme, porque enquanto ele brigava os botões se rasgaram. Meu professor de química é garotão e malha faz tempo, então ele só estava com aqueles machucados que você fica não mão por um soco mal aplicado. Quem faz alguma luta conhece. Meu professor de geografia levou a pior, ficou com uma mancha pouco esverdeada no rosto e quebrou uma lasca do dente, mas fora isso eu acho que ficou tudo bem.
O que eu ganhei com isso tudo? As garotas já espalharam a notícia, e já recebi umas trinta mensagens das garotas da minha turma me elogiando e elogiando minha bravura. Meu professor de química, enquanto esperávamos o pessoal acabar o assalto, me tratou como um velho amigo de infância, e me chamou pra jogar bola com os professores, além de ficar falando sobre as alunas que ele já pegou na escola. O professor de geografia ficou na dele o tempo todo, no telefone tentando falar com as autoridades e com a família. Erivelton, o porteiro, vai ganhar um uniforme novo. (: Ah, e vale acrescentar, usei o grito de guerra dos Stark na situação mais próxima de uma guerra em que já estive, então realizei um sonho. Por isso eu digo, acho que eu nunca mais irei ter um dia tão incrível.